segunda-feira, 23 de agosto de 2010

' Desabafos



Meus caros amigos,

Às vezes questiono-me se outras pessoas se preocupam em pertencerem a algo com continuidade. Eu não sou uma ilha; não vivo isolado. Não me defino em relação a mim mesmo. "Diz-me com quem vives e dir-te-ei quem és" diz o velho adágio, e cada vez mais me convenço da verdade desse ditado. Os meus amigos ajudam a definir-me, mas só eles não são o suficiente para eu saber quem eu sou. Estou inserido num país, numa cultura, e isso também me ajuda a definir a mim mesmo. Eu sou parte de algo maior, a minha vida encontra-se inserido em algo que vai muito para além da minha simples e finita existência material. Sou sustenido aos ombros dos que vieram antes de mim; Heidi servir para suster os que vêm. Nada é meu; tudo me foi dado. Que seria de mim fora desta continuidade? Seria alguém sem um passado, e conseqüentemente alguém sem futuro. Não me invento a mim mesmo; não sou solipsista; não sou o meu próprio Deus. Às vezes sinto que o mundo moderno Ocidental está afectado desta loucura, de desejar liberdade como um fim em si mesmo. Deseja-se a liberdade total, até mesmo do passado. Deseja-se liberdade dos limites, esquecendo que são os contornos que dão forma e tornam as coisas inteligíveis. Deseja-se a liberdade de caminhar para o vazio, para a não-existência...
E assim também é a salvação: a minha depende de todos, e a de todos depende de mim. Ninguém se salva só, e todos só nos salvamos pertencendo ao Corpo d'Aquele que é maior que nós. É Ele que me liga a todos, e todos a mim.
Senhor, que eu consiga receber com humildade tudo o testemunho dos que vieram antes de mim, para que o consiga passar aos outros.


Romário Allencar :)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

~ Partilhar'



Meus caros amigos,

Hoje o primeiro blog que abri falava em partilha.
Eu como sou uma pessoa que gosto de partilhar, não só com quem necessita, mas também gosto de partilhar idéias e pensamentos e até acontecimentos de cada dia, mais bem ou mais mal vivido.

Não há um único dia que não vivamos...
Mesmo que seja um dia mal vivemo-lo, pior, ou melhor, porque o sofrimento apesar de magoar ensina-nos muita coisa e faz-nos crescer para a vida...
Ao mesmo tempo também morremos mais um dia... Em cada dia que passa
É complementar, e se os dias que vivemos são maus então morremos mais do que vivemos, isto pelo conceito de mais vale estar vivo que morto, porque é o que conhecemos a vida.

Hoje me perguntava:
Porque baralhamos as coisas e não vivemos todos os dias bem, aproveitando tudo o que existe de bom, porque é que muitas vezes complicamos as situações e os momentos e não damos verdadeira importância mesmo aos acontecimentos que nos fazem cair por terra e entrar na morte e no vazio?

A resposta é muito fácil, hoje já ninguém partilha nada com ninguém, a não ser por dinheiro ou por tirar partido de alguma situação pior, eu gosto de dar e de partilhar, gosto de me entregar aos outros e ajudar, talvez seja antiquado, mas é assim que fico bem por dentro.
E hoje o meu momento de partilha vai para todos aqueles que entram no meu blog e me visitam em cada dia, a verdadeira partilha está no afeto que nos une e nos faz viver intensamente os pensamentos de quem está perto e longe de nós.

Romário Allencar :)