' Caros Amigos,
E quando queremos apanhar as coisas do passado? Imagens, recordações, momentos, palavras, partilhas, sentimentos, encontros... aquele video... aquelas fotos... aquele texto...! Mas nada... nada pode trazer um passado que se foi e nada do que foi vivido volta a ser realidade. Desprendeu-se de nós um pedaço de vida que nunca mais regressa ainda que nunca se desvaneça totalmente.
O desrealizar da vida torna-se fonte de novas realidades numa cadeia interminável que se perde nos tempos da história e das vidas e se prolonga para lá dos montes calcorreados em tempos de primavera. Queremos apanhar um passado que não é mas está tão vivo e tão forte como se fosse presente numa memória esquecida pela razão do presente.
Queremos agarrar e foge de nós porque nos pertence mas não inteiramente. È mas já foi com a mesma pressa com que o vivemos em tempo real. Foi mas não completamente como rasto de sombra em câmara lenta da vida que ficou. Queremos apanhar o passado que ficou das ilusões vividas para sempre. Nada trará de volta esse tempo já bebido em tragos de esperança que nos trouxeram até aqui. Estendemos as mãos e nada do que foi nos pode saciar.
A vida está para a frente... a vida está por vir... a vida vem depois.
Por: Romário Allencar
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